Na implantação de processos avaliativos muitas vezes se questiona se a melhor estratégia de agrupamento das pessoas é por times ou departamentos? Essa dúvida expõe uma questão recente: o conflito entre cadeia de comando formal e a dinâmica das atividades organizacionais.

Os novos arranjos organizacionais como, os modelos por processo, a organização matricial, as organizações em rede e as organizações baseadas em projeto podem gerar uma dificuldade na construção dos times de avaliação e desenvolvimento de competências.

Veja no nosso artigo algumas dicas valiosas para organizar sua avaliação de desempenho e a evolução saudável de sua empresa.

Condutas importantes para o agrupamento das pessoas

Deve-se considerar que não há uma única alternativa. Contudo, para facilitar essa decisão é importante considerar algumas premissas. São elas:

1. O agrupamento em departamentos muitas vezes é feito com base em critérios funcionais e orçamentários. Isso nem sempre reflete as rotinas de trabalho e convívio;
2. A tendência à horizontalização das organizações pelo Downsizing tende a criar grandes departamentos, o que, por sua vez, gera uma grande amplitude de controle e subdivide os departamentos em vários times;
3. A credibilidade de uma avaliação comportamental é extremamente dependente do convívio entre avaliado e avaliador;
4. O processo de desenvolvimento é interativo e social, portanto as interações diárias são fonte importante para o fortalecimento das estratégias de desenvolvimento e para a concretização dos PDIs;
5. O objetivo da avaliação é permitir que indivíduo compare ele com ele mesmo em diferentes contextos, e dessa forma perceber e se apropriar dos comportamentos que sustenta suas competências.

Como conseguir uma "identidade de avaliação"?

Considerando as cinco premissas apresentadas, a próxima etapa dessa decisão é avaliar se é possível caracterizar claramente os times de trabalho. Para essa caracterização deve-se recorrer aos fundamentos que definem um time ou uma equipe de trabalho. Esses fundamentos são:

1. Clareza de objetivo e entrega específica em um prazo determinado;
2. Interação contínua e interdependente;
3. Rotinas de trabalho estruturadas;
4. Presença de métodos colaborativos de trabalho.

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Esses fundamentos são essenciais para a definição da identidade do time e do seu propósito - o que poderá reforçar em seus membros o senso de pertença e credibilidade das avaliações realizadas por seus supervisores ou pares.

Se a caracterização do time for possível e clara para seus membros, recomenda-se o uso desse arranjo para a execução do ciclo de avaliação. Além disso, é importante que todo o ciclo de avaliação, elaboração do PDI e feedback sejam realizados durante o período do colaborador nesse time. Em caso de mudança de time deve ser feito um alinhamento para acompanhamento do PDI no novo time para o qual o colaborador está migrando.

Assim, conforme descrito anteriormente, não há uma alternativa ideal para essa decisão, mas em tempo de organizações cada vez mais flexíveis e dinâmicas, os processos avaliativos precisam focar cada vez mais no individuo e nas possibilidades de contexto que esse tem para se desenvolver.